Saiba como extrair o melhor de sua equipe

Cavicchioli Treinamentos - Cartórios, Liderança

As empresas não vêm obtendo de suas equipes de trabalho o desempenho que necessitam em face de alguns fatores como mudanças frequentes nos procedimentos em função do ambiente externo e novas estratégias operacionais.

Uma pesquisa recente realizada pela revista Harvard Business Review, publicada em março de 2017, constata que outro fator exerce grande influência no desempenho das equipes. Segundo a pesquisa, o motivo de não se extrair o melhor da equipe está no líder, na forma de conduzir a equipe e não nos membros que compõem a equipe.

Nos cartórios e tabelionatos o desafio dos líderes de equipe é enorme. Encontramos equipes de funcionários compostas por pessoas de três diferentes gerações. Por exemplo, é muito comum encontrarmos na mesma equipe, o jovem funcionário de 20 e poucos anos e o funcionário sênior, com 25/30 ou mais anos de atividade no cartório, atuando lado a lado em tarefas semelhantes.

Apenas como orientação ao caro leitor, faço referência às três gerações mais estudadas para melhor entendermos o comportamento organizacional. Primeiro, a geração dos chamados Baby Boomers, pessoas nascidas entre 1.944 a 1.960. As pessoas da geração X, nascidas de 1.961 a 1.980 e os mais jovens, da geração Y, também chamados de Millenials, nascidos de 1.981 a 2.000. Nos cartórios, convive-se simultaneamente com essas três gerações.

Além da necessidade de se administrar esse “conflito de gerações”, é também desafiador lidar com diferentes modos e estilos de se executar tarefas, assumir responsabilidades ou entregar serviços. Os anseios pessoais, os planos de carreira, os canais de comunicação utilizados, podem tornar-se entraves que exercem influência no desempenho das equipes.

Até aqui não temos nada de novo, no entanto, o importante desse estudo, foi a pesquisa identificar quatro estilos de trabalho descritos a seguir. Quando os líderes não sabem identificar as diferentes formas como as pessoas abordam o trabalho, o potencial das equipes se torna insuficiente. É papel do líder de equipe descobrir o que a entusiasma e o que a desagrada, estimulando de forma específica a criatividade de cada estilo.

A pesquisa descobriu que somos uma combinação de quatro estilos de trabalho:

  • Pioneiros: energizam os membros da equipe, acreditam que vale a pena assumir riscos, são atraídos por ideias criativas e audaciosas.
  • Guardiões: valorizam a estabilidade, são pragmáticos, hesitam em abraçar o risco. Entendem que o passado é um grande professor, baseiam-se em dados e fatos para tomar decisões.
  • Condutores: obter resultados e vencer é muito importante, atacam os problemas de frente, armados com dados e lógica. As questões são preto no branco.
  • Conciliadores: valorizam as relações humanas, usam da diplomacia para chegar ao consenso. Relacionamentos e responsabilidades são indispensáveis para o bom andamento do grupo.

Além de esses quatro estilos impactarem diferentemente no desempenho de equipes, as habilidades do líder – neste cenário de convivência com o “conflito de gerações”, – deve se concentrar em:

  1. Uso da comunicação e de empatia para extrair o melhor dos membros da equipe;
  2. Orientar sobre a visão do negócio em intervalos de tempo específicos para cada membro da equipe;
  3. Fornecer feedbacks conforme a geração. Feedbacks frequentes aos mais jovens e mais espaçados ao pessoal maduro.

Por mais que haja conflitos entre gerações, buscar extrair o melhor da equipe ajuda no “clima organizacional”. Como cada geração aprende a construir seu próprio conjunto de valores e crenças, caberá ao líder aproveitar os benefícios gerados pela diversidade cognitiva em prol da própria equipe.

Finalizando, vale lembrar a famosa frase de Warren Bennis (1925-2014), especialista norte-americano em liderança:

É papel do líder de equipe descobrir o que a entusiasma e o que a desagrada.

Tal raciocínio, independe da data de nascimento ou da geração a que pertencemos, costuma ajudar bastante para se extrair o melhor da equipe.

Ficamos por aqui, um abraço.

Publicado na Jornal do Notário, ano XIX
– ed. 181 – SETEMBRO/OUTUBRO – 2017

Gilberto Cavicchioli

Por Gilberto Cavicchioli

É professor de pós-graduação em cursos de Gestão de Negócios, consultor e gestor da empresa Cavicchioli Treinamentos. Realiza cursos e palestras técnicas sobre gestão de pessoas em cartórios extrajudiciais. Autor dos livros O Efeito Jabuticaba, na 4ª edição e Cartórios e Gestão de Pessoas: um desafio autenticado, na 2ª edição. Conheça nosso material sobre gestão em: cavicchiolitreinamentos.com.br