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O Brasil vem nos últimos anos deixando de ser um país de jovens, registrando índices menores de natalidade e simultaneamente crescimento da população idosa, ou melhor, pessoas com 60 anos ou mais. Essa tendência é registrada em países como EUA, países desenvolvidos da Europa e em desenvolvimento como o Brasil.

A ampliação de vida das populações é o resultado de avanços tecnológicos como medicina preventiva, mudanças de hábitos alimentares, maior acesso a informações ligadas à saúde e outros.

O tempo máximo de vida já atingido por uma pessoa até hoje é de 122 anos. Desses anos todos de vida, quantos foram usufruídos com saúde antes da chegada de doenças graves? O tempo de vida com qualidade plena é, por exemplo, no Japão, 75 anos; no Canadá, 72 anos; no Brasil, 60 anos.

Estamos nós brasileiros equipados com políticas sociais adequadas para manter essa população sênior em plena qualidade de vida?

Dentre as inúmeras alternativas de se prolongar vidas de forma digna, saudável e produtiva, destaque para a criação de elementos que possibilitem a permanência dessa população por mais tempo ativa no mercado de trabalho.

Numa recente publicação das 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, entre os itens avaliados constata-se, para inquietação dos profissionais de RH, que a grande maioria das empresas não tem nem 10% de funcionários com mais de 45 anos de idade, mostrando desequilíbrio com a distribuição demográfica brasileira.

Um dos maiores desafios para os profissionais de marketing e de RH neste século será equacionar essa oferta crescente de profissionais saudáveis comparada com a demanda insuficiente de empregos até para o jovem recém-formado, quanto mais para o profissional sênior: competente, com energia, experiente e com inúmeros sonhos a realizar. Principalmente nosso governo e toda a classe empregadora devem rever seus paradigmas, enxergando no profissional idoso um forte aliado na elaboração dos planos estratégicos dentro e fora das empresas.

As oportunidades de negócios que equilibrarão essa oferta de mão-de-obra de qualidade terão por certo apoio real e irrestrito de toda a sociedade brasileira.

São Paulo, SP – GAZETA MERCANTIL, 23, 24 E 25 DE JULHO DE 2004

Gilberto Cavicchioli
Por Gilberto Cavicchioli

Consultor de empresas, professor em pós-graduação e MBA em grandes Escolas de Negócios do Brasil.
Dirige a empresa Cavicchioli Treinamentos cavicchiolitreinamentos.com.br