Interações e movimentos criam cenários, comportamentos e novos resultados
O caleidoscópio é um instrumento óptico em forma de cilindro, com um visor para olhar imagens refletidas. No interior desse tubo, são montados três espelhos inclinados e pequenos objetos coloridos (como contas, pedaços de vidro ou plástico). Pelo visor, você olha e gira o tubo. A luz entra pela outra extremidade e se reflete nos espelhos inclinados, posicionados internamente, formando imagens coloridas simétricas em constante mudança.
O caleidoscópio foi inventado em 1816 pelo físico escocês Sir David Brewster. O nome caleidoscópio vem do grego: kalos (belo); eidos (imagem, forma); skopein (observar, examinar). Ou seja, significa literalmente “observador de belas imagens”.
Qual a relação do caleidoscópio com as organizações?
A cada movimento, os espelhos refletem a imagem dos fragmentos de vidro que, como se fossem pessoas em uma organização, produzem efeitos e reflexos na forma de imagens sem nunca se repetir exatamente.
Nas organizações, a frequente dinâmica das pessoas gera sempre novas situações e resultados — mudanças de equipe, desafios de mercado, inovações, conflitos e aprendizados.
No trabalho, a cultura, os valores e os padrões de comportamento emergem das interações coletivas. Diferentes ângulos de visão e estilos de ver as coisas enriquecem as soluções e estimulam a inovação.
Como se fosse os fragmentos de vidro, cada pessoa com seus conhecimentos, habilidades e atitudes – em movimento contínuo – contribuem na composição do resultado coletivo.
Os pedacinhos de vidro colorido formam imagens únicas. Girar o caleidoscópio nunca repete exatamente a mesma figura. Um leve movimento altera completamente a imagem, análogas a pequenas mudanças de atitude, canal de comunicação ou estilo de liderança, que transformam o ambiente, a energia e os resultados. Da mesma forma, o comportamento individual só ganha sentido no contexto da equipe e da cultura organizacional.
As imagens que surgem são resultado da combinação de todos os elementos, que podem exibir belas imagens simétricas, mas também complexas e desordenadas. As organizações também podem gerar, tanto harmonia, cooperação e engajamento, quanto desorganização e conflitos.
Beleza nas mudanças e transformações
A metáfora nos mostra que não existe uma única figura, um padrão, mas infinitas possibilidades. Mesmo a cada pequeno movimento, nunca obtemos imagens idênticas.
Nós vivemos em constante transformação. Cada escolha, cada atitude ou interação cria novos cenários que expõem quem somos e como nos relacionamos com o mundo.
Aprendemos que a beleza pode estar na mudança. Ao aceitarmos as nossas transformações e as dos outros, descobrimos diferentes formas de aprender, conviver e evoluir.
Em nossas vidas, tanto pessoais quanto profissionais, cada um é um, não é mesmo caro leitor?
É o movimento conjunto, em frequente mudança, que gera as imagens que batizamos de convivência harmônica, visões de futuro ou solidariedade conjunta.
O caleidoscópio da vida humana move-se todos os dias. Cada movimento, revela não apenas novas formas de ver; revela também formas de ser e infinitas possibilidades de se reinventar.
setembro/2025
Por Gilberto Cavicchioli
Consultor de empresas, professor em pós-graduação e MBA em grandes Escolas de Negócios do Brasil.
Dirige a empresa Cavicchioli Treinamentos cavicchiolitreinamentos.com.br
