Pesquisa recente realizada pela IBOPE Inteligência sobre as tendências do varejo no Brasil para os próximos 5 anos, revela movimentos interessantes.
A atividade notarial – que tem suas particularidades – pode reconhecer semelhanças quando comparada ao consumo de produtos no varejo.
Algumas descobertas da pesquisa podem contribuir com a melhoria da qualidade no atendimento aos usuários das serventias. O estudo aponta por exemplo, que o cliente do varejo está muito mais informado a respeito dos produtos/serviços que deseja adquirir exigindo, portanto, maior atenção e preparo dos atendentes.
No cartório ocorre o mesmo, ou seja, o usuário chega com a necessidade de atendimento em determinada atividade notarial ou registral já munido de informações relevantes obtidas pela internet, por exemplo. Espera portanto, algo a mais, ou seja uma boa experiência de “compra”.
Uma tendência identificada pela pesquisa e que exige atenção se refere ao aumento de consumidores com mais de 60 anos. No cartório, tal fato exigirá cada vez mais dos atendentes melhor capacitação para entender e atender esse público e identificar suas características e expectativas. Estima-se que em 5 anos, serão mais de 32 milhões de brasileiros com mais de 60 anos. Esse público já representa 14% da população e é a faixa etária que mais vai crescer nas duas próximas décadas.
A pesquisa constata também, o que pode parecer óbvio mas que não é para muitos varejistas: a importância do bom atendimento.
O serviço de atendimento de qualidade continuará sendo um grande diferencial das empresas e certamente, no cartório não será diferente. Além da fé pública, o atendimento de qualidade será sempre um componente importante para a construção da reputação da atividade cartorária.
Há dez anos realizo treinamentos com funcionários de cartórios sobre melhorias no atendimento ao público. Nesse tempo, observo evoluções importantes e uma conscientização de tabeliães e registradores que coloca um grande número de cartórios em condição de competir em altos padrões de atendimento comparado a sofisticadas lojas do varejo.
O desafio é manter essa evolução. O varejo, que sofre forte competição, certamente precisa evoluir para não perder compradores.
No caso dos cartórios, tal evolução se faz necessária pois será a base para manter e ampliar a reconhecida credibilidade dos usuários dos cartórios.
Um abraço,
Publicado no Blog do Direito Notarial e Registral, 04/maio/2017
Por Gilberto Cavicchioli
É professor de pós-graduação em cursos de Gestão de Negócios, consultor e gestor da empresa Cavicchioli Treinamentos. Realiza cursos e palestras técnicas sobre gestão de pessoas em cartórios extrajudiciais. Autor dos livros O Efeito Jabuticaba, na 4ª edição e Cartórios e Gestão de Pessoas: um desafio autenticado, na 2ª edição. Conheça nosso material sobre gestão em: cavicchiolitreinamentos.com.br