Skip to main content

“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”   

                        Martin Luther King Jr.

O estado de mudanças e decisões que mergulhamos há mais de um ano não é novidade para ninguém. Pouca coisa parou de pé diante dos riscos de crise na saúde e na economia dos países do planeta sem exceção.

Diante desse cenário de incertezas, as pessoas e as empresas de todos os setores foram obrigadas a reinventar os planos de o que fazer e os processos de como fazer as coisas.

Felizmente, pela internet e nas mídias especializadas em gestão de empresas e negócios, encontramos à disposição uma variedade de conselhos, recomendações, depoimentos e exemplos dados por profissionais que adotaram procedimentos e estratégias que indicam possíveis direções que ajudam a superar momento tão desafiador.

As tarefas e atribuições realizadas em home office, por exemplo, mudam as formas de exercer a liderança. Maior foco e disciplina passam a ser exigidos nos processos de trabalho.

Na atividade notarial e registral a adoção de medidas de maior atenção, com a proteção de dados, com a segurança digital e download de arquivos, torna essa disciplina ainda maior.

Tabeliães e registradores, portanto, enfrentam situações com a necessidade de contar com equipes mais capacitadas, mais produtivas e engajadas, haja vista que as atividades na serventia demandam conhecimentos técnicos na prática dos atos notariais com alta segurança, precisão e agilidade.

A pergunta frequente que se ouve é: Como liderar em um mundo repleto de ansiedade e incertezas? Ou, qual o comportamento do líder para equilibrar seus erros e acertos?

Para nos orientar nessa questão, recentemente a empresa de consultoria Talenses Executive, realizou pesquisa com 103 executivos e executivas, para descobrir como líderes de empresas no Brasil se comportaram nos primeiros meses da crise provocada pelo coronavírus.

Segundo a pesquisa, relacionamos a seguir os principais erros dos gestores em ordem de relevância.

  1. Centralização e demora na tomada de decisões
  2. Guiar-se pela emoção
  3. Aversão ao risco e conservadorismo diante das oportunidades
  4. Otimismo ou pessimismo em excesso

Habilidades comportamentais para enfrentar tempos turbulentos

Em paralelo, novas habilidades comportamentais, segundo a mesma pesquisa, são exigidas para enfrentar esses tempos turbulentos. Em ordem de relevância, tem-se:

  1. Inteligência Emocional e coragem para tomar decisões
  2. Comunicação humanizada
  3. Trabalhar com ética e transparência
  4. Capacidade de engajamento e resiliência

Os resultados da pesquisa chamam a atenção para as habilidades humanas mais sutis e empáticas, alçadas a posições fundamentais e que passam a compor o já extenso elenco de habilidades exigidas dos líderes no período pré-pandemia. Tais habilidades tornam-se importantíssimas para a superação de dificuldades e conversão de erros em soluções inovadoras nesse período tão incerto.

O desempenho dos líderes que fazem uso dessas novas habilidades conseguem melhores resultados na qualidade da gestão dinâmica do cartório extrajudicial:

  • Melhoram a capacidade de tomar decisões;
  • Maior senso de responsabilidade e propósito;
  • Aprimoram os relacionamentos interpessoais;
  • Ganho de produtividade e visão de futuro;

Para consolidar erros e acertos, líderes autênticos deverão desenvolver habilidades interpessoais, utilizando-se de comunicação interna clara e eficiente, aliado a comportamento ético, apurado senso de justiça e assertividade na formação de equipes de trabalho. Primeiro de tudo, é dando o exemplo, assumindo o papel de educadores, trabalhando mais próximos do seu pessoal – presencialmente no cartório, ou no acompanhamento do trabalho remoto.

O líder visando aprimorar sua eficiência pessoal deve ter como premissa conhecer as condições de cada liderado para poder distinguir quem pode ser mais produtivo e em qual atividade e circunstância específica.

Atualmente, conquistar alto desempenho e excelência no atendimento depende de um ambiente em que todos se sintam empoderados pela liderança.

Empresas são organismos vivos, que para sobreviver devem se adaptar às mudanças e seus líderes terão de mudar junto com elas, com aptidão para corrigir decisões equivocadas que exigem ajustes e correções. Ideias inovadoras fluem em ambientes psicologicamente seguros nos quais emergem soluções sem receios de críticas ou censura.

Embora haja muita tentação em se substituir ações humanas por software, o momento atual deve considerar mais do que nunca, o capital humano no topo das prioridades do líder que se mantém como o promotor da cultura organizacional e principal protagonista na motivação das equipes.

Até a próxima, um abraço.

Publicado originalmente no Jornal do Notário – ANO XXII – Nº 202
– MAR/ABR – 2021, pgs. 24 e 25.

Gilberto Cavicchioli

Por Gilberto Cavicchioli

É professor de pós-graduação em cursos de Gestão de Negócios, consultor e gestor da empresa Cavicchioli Treinamentos. Realiza cursos e palestras técnicas sobre gestão de pessoas em cartórios extrajudiciais. Autor dos livros O Efeito Jabuticaba, na 4ª edição e Cartórios e Gestão de Pessoas: um desafio autenticado, na 2ª edição. Conheça nosso material sobre gestão em: cavicchiolitreinamentos.com.br