ARTIGO ARPENSP – Abril 2012
O profissional deve saber um pouco de tudo ou deve conhecer em detalhes as atividades de um setor para ser bem sucedido na carreira?
Esta é hoje, a dúvida de muitos profissionais jovens quando se deparam com as possibilidades de ser um especialista em determinado assunto, ou priorizar as ações que desenvolvam uma ideia geral de tudo o que acontece com todos.
Os dois tipos de carreira apresentam pontos fortes e também pontos vulneráveis.
Acredito, sem querer fugir de uma resposta, que o profissional que conseguir equilibrar o aspecto especialista com o generalista, terá seu diferencial competitivo, mas convenhamos, não é nada fácil.
O profissional especialista pode ter suas vantagens.
Domina tecnicamente certas tarefas, tem os macetes, sabe “apertar o parafuso certo na hora certa”. Convive com um público mais restrito na empresa, especialistas também como ele, suas conversas geralmente versam sobre o mesmo tema. Tornar-se um especialista, não acontece da noite para o dia, leva tempo com estudos, tarimba e experiências no dia a dia.
Um especialista pode receber a tarefa para o desenvolvimento de um projeto complexo que requer maior ligação com a empresa, maior vínculo. Por exemplo, mostrar para nosso cliente que temos pessoal especializado em determinado assunto, contribui para estreitar o relacionamento e a confiança.
Já ser um profissional generalista – também chamado de camaleão – pode ser mais motivador do que focar por muito tempo no aprendizado de uma mesma coisa. O generalista se vê diante de situações mais variadas, são pessoas de boa comunicabilidade, têm demandas diversas, a rotina passa longe, os desafios exigem mudanças. Podem ter maior facilidade na oferta de trabalhos, pois se acredita, que resolvem mais problemas com menos custos.
Os generalistas, geralmente, trabalham bem em equipe e compartilham com maior facilidade novas responsabilidades e desafios. Acionam um “plano B” com freqüência.
Empresas de ponta, com atuação em diversos setores da economia, começam a dar prioridade aos especialistas, por entenderem que são pessoas com maior capacidade de concentração, vão fundo nos detalhes, são menos vulneráveis a opiniões externas, demonstram confiança naquilo que estudaram ou vivenciaram e que portanto, descobriram e acreditam.
Buscar uma resposta para o que é melhor na carreira – usando o cérebro e o coração – vai certamente ajudar você a focar no que é mais adequado ao seu perfil, ao que você mais valoriza e ambiciona na carreira e, no frigir dos ovos, àquilo que realmente faz sentido para você.
Enquanto que para alguns profissionais, aflige a ideia de conhecer tudo sobre quase nada e nada sobre quase tudo, para outros, no entanto, ter visão generalista de tudo o que acontece na empresa é motivador.
Nas serventias do Registro Civil, existem tarefas em que o perfil do especialista é o mais adequado, em contra partida, o generalista leva vantagem em outras tantas atividades. O espaço para o crescimento de ambos é enorme.
Penso que o profissional, antes de uma decisão, poderia se fazer a pergunta: meu perfil é mais adequado ao comportamento de um especialista ou de um generalista?
A resposta provavelmente, só você terá.
Ficamos por aqui. Um abraço.
Por Gilberto Cavicchioli
É professor de pós-graduação em cursos de Gestão de Negócios, consultor e gestor da empresa Cavicchioli Treinamentos. Realiza cursos e palestras técnicas sobre gestão de pessoas em cartórios extrajudiciais. Autor dos livros O Efeito Jabuticaba, na 4ª edição e Cartórios e Gestão de Pessoas: um desafio autenticado, na 2ª edição. Conheça nosso material sobre gestão em: cavicchiolitreinamentos.com.br